Ele se achava impulsionado por tudo aquilo enquanto ela achava que ele era limitado por tantos afazeres. As saudades estavam azedando e isto não estava cheirando bem para ninguém, a não ser para ele, alheio a tudo.
Na quarta-feira, antes do café da manhã, ela abriu a janela logo que ele acordou. Mandou que ele se levantasse e olhasse. “Está vendo todas estas casas nestes bairros que sobem morro acima?”. Ele fez que sim com a cabeça. “Por mais que você consiga mudar o mundo, e pode ter certeza que você vai mudá-lo muito pouco, alguém sempre estará padecendo de ignorância, dor e humilhação dentro de alguma dessas casas. Você não vai alcançar todos”.
Tomaram café calados até que ela começasse a falar sobre sua mãe e irmãs, sobre a briga que elas tiveram entre si, para desanuviar o ambiente. Olhando pela janela, ele não se vê sem ela, mas de repente não a sente junto a si no ano que vem.
1 comment:
Oi, Daniel! Claro que vou prestigiar os escritos de um amigo! Torço para que invista cada vez mais nessa veia literária! Parabéns. Super abraço!
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