06/01/2006-09/01/2006
Sunday, January 25, 2009
Réquiem
06/01/2006-09/01/2006
Sunday, January 18, 2009
Chuva de ouro
Não é o que você está pensando, entendeu? Você tem uma visão preconceituosa de mim. Estou falando de algo real, que permanece. Não, não é nada disso também. Presta atenção: você acha que sabe das coisas. Só que você não sabe nada sobre aquele cofre. Interessado agora?
Ele ficou extremamente ligado a cada detalhe da conversa. Em como eles entrariam na casa. Como tacariam as barras pela janela, para a caçamba alcochoada do caminhão, durante a noite, sem barulho. Que a família era negligente e estaria viajando. O alarme era fácil de ser desativado e o cofre era acessível por meras picaretadas. O antigo comparsa o construiu e mentiu sobre a sua segurança. Para manter sua reputação, enganava apenas clientes selecionados, com muita penetração social. Entregava todo o ouro, literalmente, para o velho parceiro. Até tomar um tirambaço de escopeta da PM.
Aproveitando o fascínio e a momentânea distração do novo parceiro, tascou-lhe um beijo na boca. Porque parceiro tem ser parceiro.
Sunday, January 11, 2009
Muito doce na escola não dá certo
Sunday, January 04, 2009
Cabrón
Foi para lá sem pensar, mas ao se aproximar da casa, começou a encanar. Ficou rodeando-a, dando voltas pelo quarteirão com a moto, mas vencido pela falta de coragem procurou na casa do velho amigo que não via há quase um ano e que ele sabia que havia se mudado para perto dela. Celular na mão, parado na sarjeta cheia de água barrenta da chuva incessante que caíra pela manhãzinha, ele vê Beto abrindo a janela do apartamento por puro acaso, bem à sua frente. Beto não o havia visto, mas quando ouviu Davi chamando-o fechou a janela abruptamente para depois abri-la às gargalhadas cinco segundos depois. Pediu para que Davi subisse e ele o fez com uma agilidade jovial que não era sua em uma manhã de domingo. Papo vai e cerveja vem goela abaixo, recordando-se da adolescência às risadas e lamentando-se com desdém com a falta de propósito da vida profissional, ambos confessam que levaram chifres e prejuízos com as ex-namoradas recentemente.
Bêbado o suficiente e com a feliz certeza de que estava fazendo besteira, foi até a casa dela e bateu na porta. O pai dela atendeu e ele ficou sem ação e voz. Relutantemente, disse que era um amigo de Eliane, mas como o tiozinho nunca o havia visto, fechou a porta na sua cara sem dizer nada. Já tinha se virado e estava abrindo o portão quando ela abriu a porta e perguntou aonde ele ia. Ver um filme no cinema. Ela não estranhou nada e foi falante como nunca foi. Só que até chegar lá o efeito do álcool passou e ele não conseguiu dizer nada a ela e se contentou com um breve roçar no braço dela.
Não sabia o que dizer na volta e falou sobre o Woody Allen até cansar a ambos. Ela que teve que agarrá-lo no portão. O pai, vendo da janela, fez com que ambos entrassem, afinal era muito perigoso ficar até tarde na rua, e foi dormir sem aparentar qualquer preocupação. Ela tentou Davi para que eles dormissem juntos, mas não, os pais dela estão na casa. Não teve perdão, no sábado ela se arrumou e já era. Não é à toa que seu pai não estava preocupado.