Escolhem da forma mais equânime
possível, mais ou menos medindo as forças de cada um, de acordo com o tamanho e
as habilidades de cada moleque. Formados os times, vai-se para a pelada no
campinho demarcado na rua, meio apagado devido à chuva repentina de verão do
começo da tarde. As meninas jogavam também, tinham duas; ninguém se importava.
Eu lembro-me de quando meu xará
tomou uma entrada mais dura. Expulsamos o forasteiro. Sim, nós mesmos éramos
nossos juízes. Com um a menos, passei para o time deles. Ficou mais ou menos
equilibrado; era o menos habilidoso, mas chutava forte umas bombas difíceis
pros goleiros, que também jogavam na linha, segurar.
Terminada a partida, eu que
estava perdendo num time acabei ganhando no outro. E montamos outros times, uma
das minas não tava mais a fim, deu certo. Deu empate, acho. Se os anos oitenta ficaram
conhecidos como a década perdida, nós só ganhávamos, independente dos resultados.
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