Semanas de estagnação se passaram desde que ele recebeu a boa notícia pelo telefone. E nada do que estava previsto aconteceu. A firma faliu por capricho de um dos sócios, que discutiu com o chefe da Vigilância Sanitária local devido a uma banalidade, como se não houvesse nenhum podre fedendo há quilômetros de distância.
Hostilidade bate, volta e ricocheteia em quem tem uma relação apenas transversal com o fato. Desempregado, mas com mais contas a pagar, devido à precipitação de contar como certo com o que se revelou impraticável, ele teve que apelar.
Com certeza há humilhações piores do que ligar para ela. Não era o que ele sentia no momento. A voz saia abafada e chorosa, lotada de tristeza e entregando toda a insegurança há muito arraigada no que restou da sua personalidade outrora forte. Ser rejeitado por ela também nisso seria mais insuportável, dadas às circunstâncias. No entanto, ela emprestou o dinheiro, não antes sem um incômodo “Eu te avisei”. Perguntou se ela já tinha alguém novo. Não. Não podia aparecer também. O novo apartamento dela foi benzido.
1 comment:
Oi Daniel, gostei do blog.
Vou linkar no meu...
me faz uma visitinha quando puder ...hehehe
abração
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