Lillehammer, 1994
Estava ouvindo uma música do
Sport, uma banda francesa de emocore. Quando prestei atenção à letra, fiquei
arrepiado. Foda-se se você acha clichê por ser o tipo de som que é. Foi por
acaso, já gostava da música. Deu vontade de postar a música e a letra, mas quem
vai entender que é algo tão especial em meio às montanhas de futilidades
alheias? Algo intenso que jamais será sentido por outrem. Fiquei emocionado
porque me lembrei de você. Não só de você, pois a letra me trouxe uma lembrança
muito terna de uma menina que foi (ainda é) muito bacana; me lembrou mais a
minha vida no último ano e de muita gente que passou por ela do que especificamente
você; mas fomos namorados, então também me lembrei de você avassaladoramente,
porque você irremediavelmente fez parte do tornado contemporâneo.
Não te odeio mais. Te odiava
porque te amava, mas o amor é mais forte do que o ódio – e o esquecimento é
mais forte do que tudo; não ter nada a ver com perdão, note bem. O ódio foi embora,
junto com tudo que não é lembrança. O amor acabou sem aviso, num “puft!”, sem
razão; começa irracionalmente e acaba do mesmo jeito. Acabou quando notei que
não me importava mais se você estava bem ou não; por mais detestável que você
fosse, ainda me preocupava com seu bem-estar. Foi bom dormir com você aqueles
dias, eu tinha te matado dentro de mim. Você está viva agora, uma lembrança no
meu coração. Espero que não entupa alguma artéria.
No comments:
Post a Comment