A cada documento carimbado,
conferido, visto e assinado, a vista se vai. A cada segundo perdido, o cérebro
se esvai. A cada bobagem ouvida, a audição se perde. A cada café muito quente
queimando a garganta, o paladar some. A cada ida ao banheiro fedendo a cigarro,
o olfato cancela-se. A cada palavra desinteressante digitada, a tendinite vem e
o tato vai-se.
- Oi amor, como foi o dia hoje?
- Vá à merda!
A porta fecha-se.
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