Adoro sonhos detalhistas. Estava
fazendo um TCC sobre sebos em São Paulo e no sonho hospedei-me no apartamento
do meu amigo Cleiton Corrêa, que na vida real mora em Poços de Caldas. Tinha
que achar um numa tal de rua Gurgel. Olhei num mapa na web e achei quatro ruas
com esse nome; fui na que era mais perto. Desci por uma escada – que não existe
na realidade – ao lado do metrô Vila Madalena e lá estava o sebo. Ao achar os
donos do lugar, uma loira de meia-idade e um rapaz de óculos e cabelo meio
beatle, marquei uma entrevista para fazer em outra ocasião. Disseram-me para eu
ficar à vontade.
Comecei a olhar os livros e em
meio a best-sellers desinteressantes achei vários volumes de “Locas – Poemas,”
com poesias de Jaime Hernandez e desenhos de seu irmão Gilbert. Custava 25
mangos e o que peguei em mãos estava ainda dentro do plástico, que estava
empoeirado. Dei uma olhada nos outros exemplares e eram uns poucos desenhos e
muitas poesias. Pensei “como não estou enxergando direito mesmo, é melhor do que
ler os quadrinhos no momento”. Aliás antes qualquer obra original dos criadores
do Love and Rockets, que citava o Black Flag nas HQs, do a banda que copiou o
nome, da qual gosto, mas é meio decepcionante, ainda mais que é o Bauhaus
inteirinho, com exceção do Peter Murphy. Enfim, voltando ao sonho, pedi para
reservarem que logo depois já pegaria com eles no balcão, como usualmente faço.
Continuei fuçando e achei um livro de bolso do Phillip K. Dick; era uma edição
original em inglês de um conto inédito chamado The Lake’s Placid Face e custava
meros sete reais. Espero que algum dia esse livro dos irmãos Hernandez chegue a
ser feito. E talvez o K. Dick tenha imaginado esse conto, não tenha tido tempo
de escrevê-lo e me deu um toque em uma brecha no continuum espaço-tempo.
A banda nunca será tão legal quanto a HQ, mas eu gosto. |
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