Emprego novo e colegas das antigas. Não dá para acreditar; é 2008 e mais uma vez retrocedeu nesse esquema arcaico. O escritório é pior do que o outro, fedendo a cigarro. A empresa mudou de nome, mas o modus operandi é o mesmo. Todos são os mesmos. E o ranço é o pior possível. Até os nomes são do tempo do onça: Praxedes, Antenor e Guilhermina. Quem na faixa dos 25 anos se chama assim? Todos trabalhando juntos. Muito bizarro.
É nojento, mas antes fazer isso com alguém do que um escroto aprontar uma dessas com ele, tenta justificar-se sem convicção. Ligam para o caboclo, como eles gostam de dizer ali, e fazem um recrutamento para uma indústria da região. Detalhe: o pessoal tem que pagar adiantado pela entrevista de emprego. Ele e seus colegas ficam uns dois meses por ali e somem. Todos eles são de cidades longínquas.
O engraçado é quem trabalha nisso, com asco de si mesmo, faz de tudo para cair fora. Mas os três viajam pelo Brasil, como empregados do boçal do Antunes (outro nome embolorado) ainda por cima, só fazendo isso. Sem criar raízes. Sem família. A Guilhermina é a pior, ô mulher sem coração. Todos eles tentaram comê-la e não conseguiram, ele não sabia deste detalhe. Eles se odeiam e saem juntos sempre, porque são tão detestáveis que ninguém mais os suporta. Solteiros encaminhando-se para tornarem-se solteirões e solteirona. Talvez ele seja pior dentre todos, não consegue evitar de pensar: foi o único que voltou a se juntar a trupe. E a fila dos otários que entregam seus parcos trocos não pára, não pára.
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