A semana caiu quando ela o encontrou. Os compromissos já firmados e os pretendidos encontros ainda pendentes de detalhes a ser resolvidos em sua cabeça espatifaram-se no lodo da vergonha, estampada em um rubor que deu força à expressão maçãs do rosto. O sábado e domingo de reencontro, no entanto, transformaram seus olhos em diques para as lágrimas. Naquela segunda de manhã, pisando leve no chão acarpetado daquele corredor sem janelas, não esperava subir a escada e ainda encontrar o marido àquela hora, olhando-a de cima, afetando uma expressão de superioridade, logo desfeita quando ele passou arqueado por ela, descendo enquanto tenta conter os soluços, sem lhe dirigir o olhar.
Após o luto guardado no apartamento depenado, já no domingo seguinte, não há nada interessante na TV para fazê-la esquecer de que está sozinha. Após passar a manhã toda procurando algo, definitivamente irritada quando com um seriado de luta logo após o almoço, ela decide que a próxima segunda de manhã seria diferente. Começou com um telefonema. O produtor concordou. A Esposa do Carola faria mais um filme. Desta vez seu rosto seria revelado ao público. Mas seus fãs ficaram na dúvida. Ela filmou de roupa, pois estava se achando gorda. Ela havia raspado os pêlos pubianos. Discutia-se se sua famosa pintinha não havia sido reproduzida em outra mulher. E os gemidos não eram mais aqueles. Mas que ela era bonita, ela era. O vídeo e o DVD venderam bem.
Achei um rascunho deste miniconto enquanto fazia uma faxina. Lembro que o escrevi no segundo semestre de 2004, após uma aula particular de alemão com a falecida Ursula Beith. Acrescentei alguns detalhes e o revisei hoje. É um predecessor da premissa do meu miniconto Nilky, embora tenha me esquecido totalmente dele nestes quase quatro anos.
Após o luto guardado no apartamento depenado, já no domingo seguinte, não há nada interessante na TV para fazê-la esquecer de que está sozinha. Após passar a manhã toda procurando algo, definitivamente irritada quando com um seriado de luta logo após o almoço, ela decide que a próxima segunda de manhã seria diferente. Começou com um telefonema. O produtor concordou. A Esposa do Carola faria mais um filme. Desta vez seu rosto seria revelado ao público. Mas seus fãs ficaram na dúvida. Ela filmou de roupa, pois estava se achando gorda. Ela havia raspado os pêlos pubianos. Discutia-se se sua famosa pintinha não havia sido reproduzida em outra mulher. E os gemidos não eram mais aqueles. Mas que ela era bonita, ela era. O vídeo e o DVD venderam bem.
Achei um rascunho deste miniconto enquanto fazia uma faxina. Lembro que o escrevi no segundo semestre de 2004, após uma aula particular de alemão com a falecida Ursula Beith. Acrescentei alguns detalhes e o revisei hoje. É um predecessor da premissa do meu miniconto Nilky, embora tenha me esquecido totalmente dele nestes quase quatro anos.
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