Coadjuvante do Gasparzinho também teve seu gibi. Reprodução da capa de uma velha edição brasileira. |
Vários dos meus melhores amigos
eram de desenhos animados e de gibis. Eles eram tão legais quanto os melhores
amigos da vida. Ninguém brigava com ninguém, nem os amigos da vida e nem os dos
desenhos e dos gibis comigo; os amigos dos desenhos só brigavam entre si na TV
e nas revistas, mas ninguém nunca se machucava – não se machucava muito – ou
morria. Nos gibis do Gasparzinho os fantasmas e os diabinhos também não
morriam. Ninguém morria, nem os mortos.
Minha tia ficava abismada toda
vez que via um amigo meu atirando no outro na TV.
- É normal tia, ninguém morre de
verdade.
Aí um dia, bem numa hora em que
minha tia apareceu em casa sem eu saber, o Jerry matou o Tom com um tiro. Ele
não foi pro céu e continuou vivo. Ele morreu mesmo.
- Viu, te falei! As pessoas
morrem sim.
Essa tia era chata. A inocência
também não foi pro céu.
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