Na entrada do prédio, após
virarmos o corredor à esquerda – seguindo em frente chegava-se ao quintal onde
penduravam as roupas nos varais – jogávamos uma brincadeira de bolinha de
plástico, dessas que quicam muito, que inventamos da nossa cabeça. Ficávamos
sentados, não podíamos levantar, e batíamos na bolinha com a mão. Se passasse
atrás dos jogares do outro time, era ponto. Fomos precursores de uma forma
primitiva de goalball.
Os vizinhos não gostavam muito
dessa ideia não, eles tinham que passar por ali. Mas era de tarde. Não dava
nada.
Você se lembra?
Hoje sonhei que a Menina, a
cachorra da minha irmã, estava no corredor e que ainda morávamos lá. Logo
acordei, alertado pelo anacronismo da cachorrinha que ainda nasceria muitos
anos depois de nos mudarmos de lá. Lembrei-me do jogo que inventamos, nunca
pensamos nisso. Talvez só eu ainda me lembre.
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