Há uns dez anos – tudo isso já...
– o Mission of Burma tocou num festival enorme no interior de São Paulo. Numa
chácara, fora engano, em Atibaia. Eu conhecia os clássicos dos anos oitenta,
mas a banda tinha voltado e lançado disco novo. Não ouvi, mas pensei em ir ao
show. Achei caro porque ganhava pouco no meu trampo à época; era um festival
patrocinado por uma marca de bebidas, acho que outra banda boa que rolou foi o
Melvins. Tinha também o Supergrass, que até então odiava (hoje gosto de algumas
músicas, estou velho e pá). E era a época do ressurgimento do pós punk, devido
a bandas como o LCD Soundsystem e o The Rapture, então se não estou confundindo
tudo teve o Gang of Four também nesse festival. Mas tudo bem nesse caso, vi o
show do GoF depois.
O detalhe é que falei sobre o
festival com um velho amigo, o Carandina, que produzia comigo um programa
de rock alternativo na universidade nos anos noventa, o Programa Pirata, na
Unesp FM. E a sorte é que ele trabalhava na assessoria de imprensa no festival
e eu nem fazia ideia. Ele arrumou uma credencial para que eu cobrisse o rolê por
um fanzine online para o qual escrevia à época, o Choose Your Side. Mas sei lá
o porquê eu não fui. Não consigo lembrar por que não fui para lá; apaguei isso
da minha mente. Minha namorada de então não gostava que eu viajasse sozinho,
mas não é possível... não foi por isso que não fui. Ou será que foi? Não, não
posso por isso na conta dela. Por algum motivo, me acovardei. Nunca vi o
Mission of Burma ao vivo, eles nunca mais voltaram para o Brasil, e só resta me
arrepender. Ou não: sempre torço para que eles façam mais shows.
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