Não bastava o Atari. Era 1986, eu ainda não havia feito
12 anos. Éramos
crianças demais para um tumulto adolescente. Em vez disso, construímos uma nave espacial, eu e meu irmão. Pegamos as cadeiras,
fizemos uma armação empilhando-as, as cobrimos com lençóis sustentados por
vassouras sobre elas e o armário e armamos outras duas cadeiras em frente à
televisão. Tínhamos nossa cabine e nosso foguete era o jogo Beamrider.
Foi a melhor viagem ao espaço que
fiz, melhor que as dos livros infantojuvenis de FC que havia lido. No jogo
combatíamos alienígenas cujas naves despontavam no horizonte, atacando-nos com
disparos de lasers. Éramos bons o bastante e atravessamos várias fases. Um
amigo dizia-nos que no final do jogo chegava-se à Terra. Acho que não havia
final, mas se houvesse, não chegamos a tempo, pois nossos pais chegariam antes
e desmontamos nossas naves antes de sermos abatidos pela eventual fúria
terrestre deles.
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