É das primeiras músicas das quais me
lembro de gostar. Ouvi pela primeira vez numa propaganda de TV; será que era
para anunciar a participação em algum programa de auditório? Pela frequência
com que era exibida, mais possivelmente era para promover alguma das
compilações de novos grupos, àquela época chamadas de pau de sebo, ou uma
trilha de novela. Era o vídeo de Tempo Perdido, tenho certeza.
Para mim o disco perfeito da Legião Urbana seria o primeiro acrescido de Tempo Perdido ao final. Tirei esta foto no antigo aparelho de som de casa, agora estragado e sem uso, em 2015. |
Depois ouvi no rádio. Fiquei
encantado. Foi a primeira vez na vida que prestei atenção espontaneamente à
letra de uma música. Isso foi por volta de 1986/1987, tinha uns doze anos. Quer
dizer, eu sabia a letra de algumas músicas, principalmente porque meus colegas
de escola falavam das do RPM, mas o clássico da Legião Urbana foi a primeira
que me interessou mesmo, só que não havia com quem a conversar a respeito. Ninguém
se importava muito e acho que nem eu.
À época respondi um daqueles cadernos
de perguntas que as meninas faziam e davam para você levar para casa – sim, já
se stalkeava naquela época, mas era mais explícito – e respondi que minha
música favorita era Tempo Perdido, sem titubear. Ela perguntou depois o porquê
e eu disse que a letra refletia a vida; não sei por que disse isso. Hoje ela é
atriz, às vezes a vejo no teatro. Eu devia estar afetando profundidade, ela
deve ter percebido, pois pareceu incrédula. Para mim, no entanto, a resposta
foi sincera. Tempo perdido.
Daniel Souza Luz é jornalista e revisor
Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (Poços de Caldas/MG) em 15 de setembro de 2018. É uma versão ampliada de "Legião Urbana, uma crônica", originalmente publicada aqui no blog em cinco de setembro de 2016. Em relação ao texto que foi publicado no jornal, fiz apenas uma pequena alteração no segundo parágrafo.
Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (Poços de Caldas/MG) em 15 de setembro de 2018. É uma versão ampliada de "Legião Urbana, uma crônica", originalmente publicada aqui no blog em cinco de setembro de 2016. Em relação ao texto que foi publicado no jornal, fiz apenas uma pequena alteração no segundo parágrafo.
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