Ela nada mais pode fazer que seja do seu desejo. É mimada escada acima, escada abaixo, recebe afagos, atenção e comida na boca, mas não sente nada, em nenhum sentido. Não queria nada disso. Lembra-se que pôde dormir anos e anos com um homem, o tato caloroso. O rosto e o nome dele, ela sonha que dorme abraçada com ele, não consegue chamá-lo nem virar-se para vê-lo. Às vezes uns velhos vêm visitá-la, apresentam-se como filhos. Ela fica agradecida à direção por trazer esses voluntários para fazê-la sentir-se bem. Não diz nada, para não soar mal-agradecido. Os dois filhos, cabelinhos encaracolados, eram dois anjinhos. Eles ascenderam ao céu em um monomotor. As crianças que eles trazem e dizem ser seus bisnetos (ou netos?) parecem-se um pouco com eles.
Tuesday, May 22, 2007
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