Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (de Poços de Caldas/MG) em dois de outubro de 2021. É uma versão reescrita e um pouco ampliada da minha Micrônica 1976, de cinco de outubro de 2017. Tal como o som dos Ramones, é rápida e simples.
Estava andando de skate com
meu irmão Eurico e meus amigos no centro. Estávamos em 1988, havia skatista
para tudo que é canto da cidade. Na esquina das Rio Grande do Sul e Prefeito
Chagas encontramos um amigo, o Helinho. Trocando ideia, ele me fala sobre os
Ramones. Digo que nunca ouvi e ele fica espantado: “Como assim, você anda de
skate e não conhece Ramones?”. No dia seguinte o Helinho, que curiosamente hoje
pouco vejo e é um amigo distante, apareceu na rua de casa e trouxe uma fitinha
do Ramones para me emprestar. Eu nem pedi, pelo que me lembro foi generosidade
dele. Hoje, relembrando a sequência das músicas, sei que era uma gravação da
coletânea Ramonesmania, então recém-lançada. Recordo-me bem do som que meu pai
havia acabado de mandar fazer: era um toca-fitas de carro acoplado a caixas de
som pequenas, instalado no quarto que eu dividia com meu irmão. Pus a fitinha
pra tocar e aconteceu o mesmo momento mágico que ocorreu com milhões desde o
primeiro contato com Ramones: daí em diante minha vida mudou pra sempre.
Daniel Souza Luz é professor,
revisor, jornalista e escritor
Estátua em homenagem a Johnny Ramone. Foto de Scott Beale/Laughing Squid (laughingsquid.com), compartilhada aqui via licença Creative Commons. |
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