Monday, November 15, 2021

New Model Army e Pixies

Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (de Poços de Caldas/MG) em 13 de novembro de 2021. É uma versão retrabalhada da minha Micrônica 2126, de mesmo título, escrita em quatro de março de 2018. O texto foi revisado pela Juliana Gandra após a publicação no jornal, que manteve os erros de concordâncias verbal e nominal que deixei passar no texto original.   

Nunca me esqueço: um dia o Kid Vinil apresentou no Som Pop, programa de videoclipes da TV Cultura no qual era VJ na virada dos anos 1980 para os 1990, vários clipes do New Model Army na sequência. Tempos depois, conforme era costume à época, pedi para gravarem uma fita do Doolittle, do Pixies, numa loja de discos extinta há mais de um quarto de século. Até hoje tenho a fitinha, ainda a escuto, apesar de agora ter o Doolittle em CD. Os nomes das músicas vinham datilografados. Como sempre sobrava uns espaços após o final dos lados dos cassetes, eles gravaram umas músicas extras, mas sem indicações dos nomes. Nessa do Doolittle vieram três que eu não conhecia, mas pelo baixo, que tanto lembrava o meu amado Joy Division, quanto pela voz eu soube imediatamente qual era a banda: o New Model Army. Depois, muitos anos depois, descobri os nomes das três músicas: Spirit of the Falklands, Christian Milita e Waiting, que estava com um pedaço cortado. Ornando com o nome da música, tive que esperar anos para achar um CD para locar e gravar o primeiro disco, finalmente escutando o pedacinho que faltava. Mais anos ainda depois, por sorte, achei num sebo o EP de White Coats, a música cujo baixo mais me hipnotizava. Deixei cair e amassar a capa num canto. Virou usado, virou meu.

 

Daniel Souza Luz é professor, escritor, jornalista e revisor


A fita cassete que cito na crônica. Holy Words é o nome que eu supus ser de Christian Milita, Spirit in the Falklands é porque li em algum lugar o nome da música, associei (corretamente) àquela gravação e a grafei errado na capinha e, por fim, eu gravei essa versão do The Clash para I Fought The Law porque ela cabia toda no final do fita (ao contrário de Waiting, que estava cortada). Eu mesmo fiz o desenho do duende, em alusão ao Pixies, nos anos noventa. Tirei esta foto em 27 de outubro de 2015.  


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