Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (de Poços de Caldas/MG) em 13 de novembro de 2021. É uma versão retrabalhada da minha Micrônica 2126, de mesmo título, escrita em quatro de março de 2018. O texto foi revisado pela Juliana Gandra após a publicação no jornal, que manteve os erros de concordâncias verbal e nominal que deixei passar no texto original.
Nunca me esqueço: um dia o Kid
Vinil apresentou no Som Pop, programa de videoclipes da TV Cultura no qual era
VJ na virada dos anos 1980 para os 1990, vários clipes do New Model Army na
sequência. Tempos depois, conforme era costume à época, pedi para gravarem uma
fita do Doolittle, do Pixies, numa loja de discos extinta há mais de um quarto
de século. Até hoje tenho a fitinha, ainda a escuto, apesar de agora ter o
Doolittle em CD. Os nomes das músicas vinham datilografados. Como sempre
sobrava uns espaços após o final dos lados dos cassetes, eles gravaram umas
músicas extras, mas sem indicações dos nomes. Nessa do Doolittle vieram três que
eu não conhecia, mas pelo baixo, que tanto lembrava o meu amado Joy Division,
quanto pela voz eu soube imediatamente qual era a banda: o New Model Army.
Depois, muitos anos depois, descobri os nomes das três músicas: Spirit of the
Falklands, Christian Milita e Waiting, que estava com um pedaço cortado.
Ornando com o nome da música, tive que esperar anos para achar um CD para locar
e gravar o primeiro disco, finalmente escutando o pedacinho que faltava. Mais
anos ainda depois, por sorte, achei num sebo o EP de White Coats, a música cujo
baixo mais me hipnotizava. Deixei cair e amassar a capa num canto. Virou usado,
virou meu.
Daniel Souza Luz é professor, escritor,
jornalista e revisor
No comments:
Post a Comment