Sunday, July 26, 2009

Enfim parte 17

Refeito, Júnior me tira de cima dele. Deito do assoalho, todas as cores que enxergo balançam. Não controlo a tremedeira das mãos, só consigo virar a cabeça para ver Júnior esmurrando sem parar a face do velho. Um pouco mais calmo, ele vem até a mim.

- Obrigado, sempre soube que podia contar com você se houvesse um imprevisto. Deixe tudo por minha conta de agora em diante.

Continua.

Sunday, July 19, 2009

Enfim parte 16

Golpeio a mão que estava segurando a coxa. Tentei por força suficiente no golpe para decepá-la, mas só fiz um corte fundo. Ele se vira, segura o jorro de sangue com a outra mão, mas meto o falcão nela também. Ele mal protesta ou geme, logo volta a se deitar de costas, parece conformado em se esvair em sangue. Como se fosse um privilegiado por só sofrer isto.

Ajoelhado sobre ele, tenho que fazê-lo. Tomo impulso, seguro o cabo com ambas as mãos, sobe ao peito meu estômago, que se revira. Amargando nojo enterro o facão em sua garganta. Seus olhos saltados antes fixados nos meus escondem-se atrás das pálpebras.

Continua...

Sunday, July 12, 2009

Enfim parte 15

- Não pensei que um bostinha como você tivesse coragem de atirar.

Isto que é empáfia. Estancando o sangue que flui da coxa com a mão esquerda toda ralada, completamente detonado, o velho torturador ainda mantém do desprezo de quem domina a situação.

Ponho Júnior sentado, ele respira com dificuldade. Volto ao velho.

- Nunca me achei capaz também. O Júnior planejou tudo, ele é quem sempre teve em mente acabar com você. Apenas o segui. Mas você vai se foder é na minha mão.

- Um dia me encontrarão, vocês não podem encobrir todos os rastros, eles vão te pegar... vão descobrir tudo.

Continua..

Sunday, July 05, 2009

Enfim parte 14

- Você cava - ordena Júnior, liberando os braços do velho. O facão e o 38 que só agora trouxe ficam em minha posse. O velho começa o trabalho vagarosamente.

- Porra, isto não é uma escavação arqueológica, nós não vamos limpar artefatos e esqueletos com uma escovinha, anda com isso.

Subestimamos o preparo do velho. Ele se vira e acerta em cheio o peito de Júnior com a pá. Estupefato, vejo ele avançar sobre mim com os olhos saltados. Disparo três vezes, dois projéteis enterram-se no chão, o terceiro aloja-se na coxa do velho, que tomba na terra do buraco que fizemos. Chuto a pá assim que posso.

Continua...