Tuesday, May 08, 2007

Prelúdio

Está tudo tranqüilo, todos estão sorridentes. Isso é quase que mau agouro. O pressentimento de quem conhece a falta repentina de brincadeiras das chefias raramente falha. Será que não percebem que não há planejamento? Quem não reconhece o sinal e crê que tem moral dentro da empresa enfiou o tímpano na roleta russa e não se dá conta. O primeiro que reivindicou um pouco mais de respeito a nossos direitos pro chefão foi degolado no dia seguinte. O novato também tinha certeza que tinha desenvolvido certa intimidade. Opinou e caiu. Sem direitos, vigia o contrato de experiência. Foi tarde, contudo. Já Ariel é um aliado a menos. Avisei antes que as demissões são de veneta, mas ele queria desabafar. Se desse rolo, deu. Deu. Estava farto. Cantei a bola, não adiantou. Ele está feliz, aliviado. A duração do alívio é que me preocupa. Se não fosse apenas hedonismo de duas semanas seguido por meses de angústia com o fim das parcelas do seguro-desemprego até encontrar a próxima senzala, seria bom afetar despreocupação.

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