Monday, April 11, 2016

Throbbing Gristle, uma crônica

Ainda éramos crianças, pensando bem.
Ela me emprestava as Bizz Letras Traduzidas. Era nelas que descobria o que significava as letras das bandas que eu gostava por ter ouvido no rádio da cidade, ou na 89 FM nas raras vezes em que passava por São Paulo ou no Som Pop, na TV Cultura. Músicas do U2, The Cure, Sugarcubes, Jesus and Mary Chain e até das Mercenárias. Impressionava-me especialmente as letras do Ian Curtis. A primeira vez em que ouvi Joy Division, em uma reportagem sobre skate vertical no Realce ou no Vitória, que eram programas de esportes radicais que passavam na TV aberta, fiquei arrepiado. Era Love Will Tear Us Apart e saberia o nome da banda e da música tempos depois. Não me esqueço de quando lia uma HQ do Ranxerox na Animal uns anos depois, em 1990 provavelmente, e vi a música citada numa história, que também mencionava o Throbbing Gristle. Sabia que era uma banda a ser descoberta. Tudo se encaixava e ainda havia muito a desvendar.
O primeiro beijo foi quando ficamos sozinhos; brincávamos de esconde-esconde. Desajeitado. Pulsante, línguas duras e os dentes batendo-se. Foi só um e bastou por um bom tempo. Outro grande descobrimento.

No comments: