Wednesday, January 11, 2017

Love and Rockets, crônica sobre um sonho com livros fascinantes.

Adoro sonhos detalhistas. Estava fazendo um TCC sobre sebos em São Paulo e no sonho hospedei-me no apartamento do meu amigo Cleiton Corrêa, que na vida real mora em Poços de Caldas. Tinha que achar um numa tal de rua Gurgel. Olhei num mapa na web e achei quatro ruas com esse nome; fui na que era mais perto. Desci por uma escada – que não existe na realidade – ao lado do metrô Vila Madalena e lá estava o sebo. Ao achar os donos do lugar, uma loira de meia-idade e um rapaz de óculos e cabelo meio beatle, marquei uma entrevista para fazer em outra ocasião. Disseram-me para eu ficar à vontade.
Comecei a olhar os livros e em meio a best-sellers desinteressantes achei vários volumes de “Locas – Poemas,” com poesias de Jaime Hernandez e desenhos de seu irmão Gilbert. Custava 25 mangos e o que peguei em mãos estava ainda dentro do plástico, que estava empoeirado. Dei uma olhada nos outros exemplares e eram uns poucos desenhos e muitas poesias. Pensei “como não estou enxergando direito mesmo, é melhor do que ler os quadrinhos no momento”. Aliás antes qualquer obra original dos criadores do Love and Rockets, que citava o Black Flag nas HQs, do a banda que copiou o nome, da qual gosto, mas é meio decepcionante, ainda mais que é o Bauhaus inteirinho, com exceção do Peter Murphy. Enfim, voltando ao sonho, pedi para reservarem que logo depois já pegaria com eles no balcão, como usualmente faço. Continuei fuçando e achei um livro de bolso do Phillip K. Dick; era uma edição original em inglês de um conto inédito chamado The Lake’s Placid Face e custava meros sete reais. Espero que algum dia esse livro dos irmãos Hernandez chegue a ser feito. E talvez o K. Dick tenha imaginado esse conto, não tenha tido tempo de escrevê-lo e me deu um toque em uma brecha no continuum espaço-tempo.
A banda nunca será tão legal quanto a HQ, mas eu gosto.

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