Friday, August 28, 2015

Durutti Column

A meninada se posta diante dos dois maiores, que vão escolher os times.
Escolhem da forma mais equânime possível, mais ou menos medindo as forças de cada um, de acordo com o tamanho e as habilidades de cada moleque. Formados os times, vai-se para a pelada no campinho demarcado na rua, meio apagado devido à chuva repentina de verão do começo da tarde. As meninas jogavam também, tinham duas; ninguém se importava.
Eu lembro-me de quando meu xará tomou uma entrada mais dura. Expulsamos o forasteiro. Sim, nós mesmos éramos nossos juízes. Com um a menos, passei para o time deles. Ficou mais ou menos equilibrado; era o menos habilidoso, mas chutava forte umas bombas difíceis pros goleiros, que também jogavam na linha, segurar.
Terminada a partida, eu que estava perdendo num time acabei ganhando no outro. E montamos outros times, uma das minas não tava mais a fim, deu certo. Deu empate, acho. Se os anos oitenta ficaram conhecidos como a década perdida, nós só ganhávamos, independente dos resultados.

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