Esta crônica foi publicada no Jornal da Cidade (Poços de Caldas/MG) em 24 de julho de 2021. A Juliana Gandra fez a revisão.
Foto de Pablo Fernández. Reproduzo aqui via Creative Commons. |
Tóquio 2020 em 2021. Esta edição das Olimpíadas um
tanto quanto distópica me faz lembrar de que fiz a melhor viagem possível ao
Japão num sonho. Cheguei em uma Tóquio que parecia ser feita de casas bixas,
mas o hotel era uma torre enorme, isolada. Ficava em frente a uma pequena praça
desolada, sem árvores, parecida com a da igreja Matriz (!?!) de Bauru, que é
(ou era) muito concretada, mas muito miniaturizada. A entrada era de portas de
vidro enormes, com paredes de mármore preto. Após deixar as malas no quarto,
desci para a casa de chá, no lobby do hotel. Na real, parecia um bar com
paredes escurecidas e um grande balcão. Enquanto esperava, pois o chá demoraria
um pouco para ficar pronto, cansei de ver as casas mirradas da esquina da rua
em frente, pois estava num andar muito baixo e a paisagem era monótona; fui dar
uma olhada na loja de CDs em frente. Chegado lá, fiquei impressionado pela
enorme quantidade de CDs de MPB: Toquinho, Taunay, Taiguara muitos outros. Numa
prateleira em frente, vários DVDs de desenhos da Turma da Mônica, inéditos no
Brasil. E, ao lado deles, mais DVDs ainda de filmes pornôs sadomasoquistas e
alguns hentais. Acordei achando isso tudo muito nipônico mesmo. Talvez alguém
ache que isso seja orientalismo, mas não posso controlar meu inconsciente.
Daniel
Souza Luz é revisor, jornalista, professor e escritor
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